Remissão
Tua memória, pasto de poesia,
tua poesia, pasto dos vulgares,
vão se engastando numa coisa fria
a que tua chamas: vida, e seus pesares.Mas, pesares de quê ? perguntaria,
se esse travo de angústia nos cantares,
se o que dorme na base da elegia
vai correndo e secando pelos ares,e nada resta, mesmo, do que escreves
e te forçou ao exílio das palavras,
senão contentamento de escrever,enquanto o tempo, e suas formas breves
ou longas, que sutil interpretavas,
se evapora no fundo de teu ser ?In "Claro Enigma"
Nenhum comentário:
Postar um comentário