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9 de dezembro de 2009

À guisa de apresentação

O gênero "Anotação" só se justifica no ambiente de aula, e tem como primário o mundo da vida e da cultura interconectados pelo ato responsável (Postupok) de mediação do mestre em infinita dialogia com o aluno. O estudante, cujo Eu se desloca para o lugar do sujeito da empatia, subsume novamente esse Eu que volta enriquecido, humanizado, despertado. Como escreveu Maria Zambrano, Y el maestro ha de ser quien abra la possibilidad, la realidad de outro modo de vida, de la de verdad. La ignorancia despierta es ya inteligencia em acto. Ignorancia y saber circulan y se despiertan igualmente por parte del maestro y del alumno, que sólo entonces comienza a ser discípulo: Nace el diálogo.

O Professor Jorge Larrosa, catedrático eminente da Universidade de Barcelona, Espanha, durante uma palestra no Centro de Convenções da Unicamp em agosto de 2003, apresentou as categorias essenciais da obra de Maria Zambrano, escritora pouco conhecida no Brasil e ainda não traduzida em Língua Portuguesa. Para ela, ler é defender a solidão em que se está, solidão específica que é uma comunicação.

O ato responsável de escrever e ler se justifica porque temos falado demais, e na oralidade as palavras circulam depressa demais, sentimo-nos fora de nós mesmos, nossas palavras nos atacam. Dizemos as palavras e as perdemos. A leitura e a escrita são meios de deter o tempo crônico, veloz, que nos arrasta. No ler e no escrever podemos sentir as palavras de uma forma diferente, mudamos nossas relações com as palavras, para que alguma coisa seja tirada do silêncio.

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